segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Are you God? 2

Ainda existem bons médicos dedicados à profissão por amor ao bem estar do próximo e não por amor às “regalias” e ao status que a profissão oferece, mas uma boa parte ainda consegue ser mesquinha e egocêntrica, conforme já dito aqui. Tive um bom exemplo pouco antes do Natal. Infelizmente foi exemplo de mesquinhez, e não de virtude.
A Secretária de Saúde de uma pequena cidade do Mato Grosso do Sul (MS) precisava com urgência de um médico para acompanhar a transferência de um paciente em uma ambulância até Dourados, tbm no MS, numa viagem de pouco menos de 200 Km, ou seja, menos de duas horas de viagem. E ainda ofereceu uma bonificação de R$1 mil (só pra acompanhar o paciente até Dourados e depois voltar de boa na ambulância, curtindo a viagem) ao “bonitinho” ou “bonitinha” que se dispusesse a tirar o rabo da cadeira e fazer algo de útil pelo menos uma vez na vida. Tivemos essa conversa no final da manhã e não deu pra ficar muito de trololó por causa da urgência da situação. Conversei novamente com ela na metade da tarde para ver se havia conseguido resolver a situação. Resultado: o paciente faleceu por não ter sido transferido a tempo. Não por incompetência da Secretária (pq a conhecendo bem sei que dispôs de todos os meios ao alcance dela para ajudar o necessitado), mas pelo pouco caso aparente dos médicos, que estavam “ocupados” demais com outras coisas para se darem ao trabalho de acompanharem o deslocamento do enfermo. E mais uma vez os mortais estão à mercê de “profissionais” preocupados exclusivamente com seus próprios umbigos.

P.S.: Dedico este post à mesma bloggeira da parte 1, mas desta vez é diferente. Eu achava que ela era como a maioria, mas pude ver que realmente se importa com seus pacientes e, pelo menos para ela, não são apenas números ou prontuários. Meus parabéns. Continue assim e que Deus ilumine seus passos e a utilize como instrumento para salvar muitas vidas.

Um comentário:

  1. Vou comentar o post 1 aqui no post 2, se é que isso faz algum sentido. Enfim... gostaria de dizer que agora a moda não é mais virose ou dor muscular: é estresse.

    Ah, e esses posts me lembraram muito da minha mãe. Me lembrei de como ela foi tratada quando retirou o útero. O médico não teve compaixão alguma e disse que a situação dela era crônica e que ela ia morrer assim, curto e grosso, antes de fazer os exames necessários. Nos exames ela não tinha nada, mas sabe como é, né? Médico é deus.
    "Ele me abriu, ele viu, ele sabe. Eu estou morrendo". Mesmo sem ter nada.
    E o mais absurdo é que ela acordou no meio da cirurgia. Sei lá se o anestesista tava chapadão ou o quê. Depois dessas eu perdi a fé na profissão.

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