sábado, 30 de maio de 2009

Ode à pátria


Aquele slogan fatalmente estampado em todos os cantos durante a ditadura militar que assolou o país a partir de 1964, “Brasil: Ame-o ou deixe-o”, já está mais do que batido. O slogan, sim; o sentimento, não.
Aproveitando a deixa do post “Insignificantes”, sobre os brasileiros só darem valor para o que vem de fora, eu digo que só os ignorantes acreditam nessa besteira com uma euforia quase religiosa. Quem não gosta daqui, que vá embora. E indo, que não volte mais.
Os problemas são muitos, principalmente de ordem social. Todos têm. Saúde, Educação, Segurança, Desemprego, etc. O pior cego é aquele que não quer ver. Temos todos esses e muitos mais, mas não temos guerras (civis, tribais, etc), intolerância religiosa, terremotos, não somos alvo de organizações terroristas, não nos metemos nos assuntos internos de outras nações, seja de forma civil ou militar (Estamos no Haiti como força “de paz”, completamente diferente de “invasora”) (Ou quando nos metemos é de forma apaziguadora, com a diplomacia em primeiro lugar. Bom, pelo menos tentamos), nem somos atacados pelo mundo, independente de sermos turistas ou estarmos a trabalho (Sérgio Vieira de Melo, no Iraque, foi uma exceção e uma grande perda). Ao visitarmos outros países, só o fato de dizermos “sou brasileiro” já é motivo de fazer o interlocutor abrir um sorriso enorme. Somos hospitaleiros, recebemos a todos de braços abertos, mas aqui não é a casa da mãe Joana, não. Ou pelo menos não deveria ser (Quanto a isso o Governo Federal deveria ser mais rígido). Nossa cultura engloba um pouco de tudo, fazendo-a simplesmente única. Com o maior orgulho, eu sou brasileiro.

Nada mais digno do que fechar este Post com a “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias, escrita em Portugal ao recordar-se de sua pátria natal, o Brasil. Segue abaixo:

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

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