sábado, 30 de março de 2013

Liberdade


A Constituição Federal (CF) me garante o direito da liberdade de expressão, desde que eu assuma os riscos de dizer/escrever o que ou sobre quem eu bem entender. Ao mesmo tempo em que tenho o direito assegurado ganho de brinde uma mordaça das redes sociais, onde, em tese, poderia publicar qualquer coisa (dentro do limite do bom senso).
Eu estava triste quando escrevi este post alguns dias atrás. Se publicasse isso no facebook, por exemplo, alguns perguntariam a razão. Claro, estão no direito, afinal eu quis compartilhar que a vida não faz sentido. Conhecido o motivo, alguns caçoariam dizendo que logo passará.
Se estivesse de mau humor e quisesse queimar hereges na fogueira ou cortar-lhes as cabeças e espetá-las em chuços em praça pública (e postasse isso nas redes sociais), possivelmente os mesmos que fizeram pouco caso do meu coração despedaçado diriam que sou radical demais.
Ou se acordasse possuído pelo Justiceiro e quisesse resolver à bala o que o Poder Judiciário, complacente ao extremo, não resolve, diriam que devo ter algum desvio de conduta ou que, novamente, sou radical.
Façam-me um favor, pelo direito que a CF me garante, deixem-me postar qualquer merda que estiver sentindo naquele momento, mesmo que pareçam devaneios desconexos numa primeira leitura (pq aquilo nada mais é do que uma tentativa de desabafo) e abstenham-se de fazer comentários toscos baseados numa linha de conduta psicológica que os irritantemente certinhos e metódicos seguiriam.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Vontades


Eu queria cozinhar para você, fazer aquele strogonoff que tanto me gabo. Mesmo não sendo o meu preferido, eu faria de carne apenas para ver seus olhinhos brilhando.
Eu queria ir a pé até o infinito e de volta apenas para tê-la caminhando ao meu lado, mesmo eu não sendo fã de malhar até derreter. Ou fazer a trilha da Pedra Grande, aquela que vc se empolgou toda com a possibilidade de conhecer.
Eu queria te levar à praia, à montanha, ao sul e à zona norte, só para vc conhecer cada cantinho de momentos que vivi e onde vivi.
Eu queria poder te abraçar e andar de mãos dadas na Paulista, lugar que vc tanto gosta, só pq o inverno está chegando e fazer isso acompanhado é legal.
Eu queria que vc fosse ao cinema assistir a um filme comigo, de braços dados, mesmo sabendo que vc é agitada demais para tanto, apenas para me sentir importante.
Eu queria que vc não falasse tanto, assim eu também poderia contar como foi o meu dia ou dizer que acho lindas suas “francesinhas”.
Eu queria que o simples fato de ir para a faculdade ainda tivesse o mesmo brilho, o mesmo incentivo, o de te ver e conversar banalidades gerais só para rir e desfrutar da sua companhia.
Eu queria continuar abrindo meu coração pra vc todas as noites e vê-la sorrir. Eu queria não sentir as pontadas no meu peito quando vc é sincera e diz claramente que o próximo da fila não sou eu.
Eu não quero mais. Vc foi um sonho lindo que eu sonhei.
E acordei.

sábado, 23 de março de 2013

Batismo de Fogo


A faculdade é obrigada, por lei, a realizar exercício de evacuação do prédio em caso de incêndio pelo menos uma vez por ano. O exercício deste ano foi na noite da última sexta-feira. Antes de prosseguir, digo de passagem que a Instituição só faz o que a lei a obriga, pois, ao contrário, sequer se preocuparia com o detalhe de salvar seus clientes, digo, alunos, com vida.
Se fosse numa situação real teríamos morrido todos queimados ou intoxicados, pois os funcionários da brigada de incêndio estavam de braços cruzados "olhando para o mundo", orientavam tudo errado (mandavam todos seguirem pelo corredor apertado que afunila próximo da entrada frontal do prédio enquanto outra saída lateral estava vazia e desobstruída), e os alunos que saíam na frente ficavam parados no estacionamento empacando a passagem de quem vinha atrás ao invés de saírem para a rua.
Esse tipo de exercício deve ser feito de surpresa para que tenha os efeitos desejados, mas sabíamos desde a sexta-feira passada (15/03) que o exercício seria realizado ontem (22/03).
Fui para a aula pq havia me esquecido deste detalhe. Alguns amigos/colegas mais espertos (ou não) sequer apareceram, pois sabiam que seria uma palhaçada. Concordo com eles sobre o circo, mas houve pelo menos um lado positivo disso tudo: estar lá me propiciou conhecer os pontos falhos para tentar contorna-los em caso de necessidade real ou, na pior das hipóteses, saber quem pisotear primeiro para sair de lá com vida. Se é para fazer, então que seja feito de maneira correta. Lamentável.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Lavanderia

Qual a diferença entre Justiça e Punição? (obs.: 18+)

domingo, 10 de março de 2013

Doutor?



Há uma professora que, desde o primeiro dia de aula, chama a nós, meros “orelhas secas”, de doutores. A maioria recém saída das fraldas do ensino médio. E não apenas ela, outros professores nos chamam assim também. Incomodado, resolvi questionar a razão de um mero bacharel ser chamado dessa forma e descobri que esse costume vem desde a época do Império, onde apenas médico, advogado e engenheiro eram considerados profissões e, por esta razão, são chamados de doutores. Costume tosco, diga-se de passagem.

Para ser chamado de Doutor é preciso ter um diploma de Graduação, passar por pelo menos um Mestrado e só então passar por um Doutoramento. Aí sim o fulano poderá ser chamado de Doutor. Dá até uma alegria aos meus ouvidos ser chamado de doutor, mas eu não o fiz por merecer, pelo menos ainda não.

Médicos adoram endeusar a profissão como se fosse melhor do que as outras, mas vamos parar por aí. Ninguém pode se atribuir um título que não tem, por isso médicos, profissionais da saúde ou de qualquer outra área só poderão ser chamados de Doutores após defesa de tese em programa de Doutoramento reconhecido pela CAPES ou por órgão internacional semelhante.

O engraçado é que estava latejando a ideia deste post em minha cabeça quando, do nada, um outro professor publicou o trecho abaixo em seu perfil no Facebook e concordo plenamente com ele.


Sem polêmicas, peço que não me chamem de Doutor. Sou, de fato e por direito, advogado, mas não sou doutor. Doutor é quem defende perante uma banca de notórios uma tese e obtém o título. E isto, no meu caso, só ocorrerá depois de 2014. Advogados que não defenderam Doutorado não são Doutores. Não sou Doutor, portanto; sou apenas Advogado.