domingo, 10 de março de 2013

Doutor?



Há uma professora que, desde o primeiro dia de aula, chama a nós, meros “orelhas secas”, de doutores. A maioria recém saída das fraldas do ensino médio. E não apenas ela, outros professores nos chamam assim também. Incomodado, resolvi questionar a razão de um mero bacharel ser chamado dessa forma e descobri que esse costume vem desde a época do Império, onde apenas médico, advogado e engenheiro eram considerados profissões e, por esta razão, são chamados de doutores. Costume tosco, diga-se de passagem.

Para ser chamado de Doutor é preciso ter um diploma de Graduação, passar por pelo menos um Mestrado e só então passar por um Doutoramento. Aí sim o fulano poderá ser chamado de Doutor. Dá até uma alegria aos meus ouvidos ser chamado de doutor, mas eu não o fiz por merecer, pelo menos ainda não.

Médicos adoram endeusar a profissão como se fosse melhor do que as outras, mas vamos parar por aí. Ninguém pode se atribuir um título que não tem, por isso médicos, profissionais da saúde ou de qualquer outra área só poderão ser chamados de Doutores após defesa de tese em programa de Doutoramento reconhecido pela CAPES ou por órgão internacional semelhante.

O engraçado é que estava latejando a ideia deste post em minha cabeça quando, do nada, um outro professor publicou o trecho abaixo em seu perfil no Facebook e concordo plenamente com ele.


Sem polêmicas, peço que não me chamem de Doutor. Sou, de fato e por direito, advogado, mas não sou doutor. Doutor é quem defende perante uma banca de notórios uma tese e obtém o título. E isto, no meu caso, só ocorrerá depois de 2014. Advogados que não defenderam Doutorado não são Doutores. Não sou Doutor, portanto; sou apenas Advogado.