quarta-feira, 30 de março de 2011

Papo Cabeça

Houve um único ano em que fiz cursinho pré-vestibular de manhã, na época em que ainda queria fazer Medicina. Naquele tempo os arredores do rio Tietê passavam por reformas, pelo menos no trecho que cortava a capital paulista. As margens estavam sendo reurbanizadas, de certa forma, e o leito do rio passava por aprofundamento. Em consequência disso haviam montes e mais montes de lixo, lodo e entulho retirados das profundezas. Os tais montes se estendiam por toda a Marginal. Paralelamente a isso e desde aquela época há um projeto de canalização do rio Tietê para construção de mais pistas sobre ele para facilitar o fluxo de veículos pelas Marginais em horário de pico. Claro que o tal projeto ainda não saiu do papel e está à espera de “vontade política”. Detalhe que a idéia do tal projeto é pedagiar as pistas sobre o rio, justamente para dar mais fluidez ao tráfego (semelhante ao que é feito na rodovia Castelo Branco). A aula no cursinho começava às 7:10h da matina, o que me fazia pegar o busão às 6h. A parte boa é que eu o pegava no ponto final (ou inicial, dependendo do ponto de vista) e descia quase no início da linha, ou seja, ia sentado e dormindo e descia qdo ele já estava bem vazio. Não sei o momento exato em que duas mulheres com ótimos conhecimentos gerais subiram no coletivo pq eu estava dormindo, mas notei imediatamente qdo uma delas sentou ao meu lado e abriu a boca pela primeira vez (o que me fez acordar). Elas conversavam sobre conhecimentos gerais, que iam desde a vida afetivo-sexual da vizinha até a culinária televisiva. Num dado momento uma delas começa a falar sobre as obras no rio Tietê, sobre o projeto das novas pistas e resolve impressionar a outra com uma novidade: “Eu sei como vão fazer para construir as pistas sobre o Tietê!”. A outra: “Sério? Como?”. A primeira: “Sabe aquele monte de terra que está nas margens? (Referindo-se ao entulho já retirado e aguardando destino apropriado). Então, eles vão jogar tudo dentro do rio para tampa-lo e vão construir as pistas por cima!”. Com dores estomacais indescritíveis face ao impressionante conhecimento daquela senhora, ficou travado na minha garganta a pergunta que não quer calar: “E o rio vai pra onde, sua anta? Pra sua casa, no mínimo, né?”. Não sei o que é mais foda: ser surdo ou ter que ouvir uma merda lazarenta logo cedo.

sábado, 26 de março de 2011

Mulheres que mexem com minha(s) cabeça(s) 4

[Luiza Brunet]
As coroas tbm têm vez!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Pomba

Esse é... ...o caminho e...
...as verdades...
...da vida.

A lazarenta da pomba que caga na sua cabeça hoje vira chiclete no asfalto amanhã.
Afinal, aqui se faz, aqui se paga.

Obs.: Somente a foto do ovo não é de minha autoria.

domingo, 20 de março de 2011

Ignorância, um estilo de vida

Trabalhei como monitor naquele congresso na área de comunicação que a facu sediou e, por isso, ganhei uma sacola de pano daquelas campanhas de sustentabilidade e tudo mais, além de um livro. Quero dizer, não apenas eu ganhei esse kit, mas todos os que participaram do evento de alguma forma, seja como palestrante ou como simples monitor. Desde então tenho aberto mão das sacolas plásticas e usado a tal sacola qdo vou ao mercado para pequenas compras. A sacola é de uma cor creme, com o logotipo do evento em preto na lateral e alças de um tom laranja fluorescente que incomoda um pouco. Enfim, as tais alças são compridas demais para se usar como uma mala de mão, por exemplo, mas são ideais para pendurar no ombro, como se fosse uma bolsa.
Numa dessas idas ao mercado, bem próximo da minha casa, estava saindo e contornando o terminal que tem logo ao lado qdo um grupo de uns 4 ou 5 calçudos (infelizmente funcionários do tal mercado e em intervalo para “descanso”) jogou uma lata de refrigerante vazia em minha direção, provavelmente me confundindo por homossexual por causa da sacola no ombro. Para a sorte de ambos, tanto minha qto deles, a lata passou longe. Qual o problema de pendurar uma sacola de compras nos ombros? Como o mercado ficava bem perto de casa e estava sempre por lá resolvi deixar pra lá e fazer de conta que não era comigo, além de estar sozinho.
Anos antes, morando em Sampa e recém saído do colégio, continuava “zanzando” por aí com o blusão da escola justamente pq não parecia uniforme e sim um simples agasalho de Educação Física. Ele era predominantemente verde, mas tbm possuía as cores azul marinho e branco. A manga esquerda era toda verde, com uma faixa branca de uns 4 dedos de espessura que ia do ombro até o punho. Dentro dessa faixa branca havia escrito o nome da escola em azul. Estava no Metrô, sentado ao lado de uma porta, indo para não lembro onde e usando a tal blusa. No assento do outro lado da porta haviam 3 Corinthianos com uniformes da Gaviões e resolveram tentar arrumar encrenca por causa da cor do meu blusão. A miopia fanática deles os fez verem apenas as cores verde e branco (Palmeiras) e literalmente ignoraram o azul (que era “só” a cor da outra manga inteira). Minha estação chegou, desci, os ignorei e ficou por isso mesmo.
Pensei que fosse isolada em determinadas regiões ou segmentos, mas vi que a ignorância é uma constante maior do que eu imaginava.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Latrocínio

Antes de qualquer coisa, assista ao vídeo completo do assalto: [Não recomendado para pessoas sensíveis]


As imagens são chocantes, não? Detalhe que em nenhum momento a vítima reagiu ao assalto.
Agora assista à reportagem exibida no SPTV de ontem:




A tal da Fundação Casa citada na reportagem é a antiga Febem. Agora vcs, caros leitores, hão de concordar comigo que ser menor neste país é a coisa mais tranquila do mundo. O piá mata o estudante, vai pra Fundação Casa, passa um tempo por lá e é solto pelo simples motivo de ser menor, um incapaz de responder pelos próprios atos aos olhos da lei. Eu digo que ele é capaz, sim. O próprio policial falou ao repórter sobre a frieza do piá.
Sabemos que o sistema correcional no Brasil é uma piada. Um meliante qualquer condenado por assassinato não pode ser condenado a mais do que 30 anos de prisão (está lá, na Constituição de 1988) e sai em 10 anos se tiver bom comportamento. No caso deste menor, passará uns 6 meses na “Febem” e sairá livre, leve, solto e pronto para cometer outros crimes.
Apesar de estar mais do que comprovado que a pena de morte inibe, mas não resolve de forma eficaz o problema da criminalidade, eu digo que vagabundos como esses estão fazendo hora extra no mundo. Eu ia dizer “pessoas”, mas aí lembrei que são uns filhos de chocadeira, por isso me referi a eles como “vagabundos” e nada mais são do que desocupados e párias da pior espécie. E que os adeptos dos Direitos Humanos vão encher o saco de outra pessoa. Apesar de batido, concordo totalmente com o ditado: “Direitos Humanos para humanos direitos”.
Antes de prosseguir, citarei outro exemplo. Não lembro exatamente quando foi e nem o nome das vítimas, mas faz entre 5 e 10 anos. Um casal de adolescentes foi acampar durante um final de semana numa chácara abandonada na região metropolitana de São Paulo. Foram surpreendidos por 3 ou 4 meliantes. O rapaz foi assassinado com um tiro no peito após ter presenciado a namorada ser estuprada por cada um deles. Ela passou o restante do feriado sendo violentada e, por fim, foi assassinada a facadas por um menor conhecido como “Batoré”. O tal Batoré foi enviado para a Fundação Casa, arrumou encrenca até não poder mais, participou de rebeliões e foi libertado quando completou 18 anos. Pq? Pq era menor!
Aviso: O próximo parágrafo contém dose exagerada de palavras de baixo calão.
Fundação Casa de cu é rola, seu arrombado! Vc não, leitor. Estou me referindo ao vagabundo. Entre tantas outras, uma possível solução para o caso é levar este menor para um canto inóspito qualquer para ser espancado à exaustão e, se preciso for, que receba uma transfusão de sangue para mantê-lo vivo por mais tempo. Depois é só continuar descendo a porrada no lazarento até ele implorar para que parem e então pregar seu saco escrotal na cadeira, arrancar as unhas dos pés e das mãos com um alicate, martelar os dedos feridos, os joelhos e o que sobrou das bolas. Por fim, larga-lo à mercê dos ratos para que pense muito bem no que aprontou antes de finalmente ir se encontrar com o demônio.
Cruel, eu? De forma alguma. Nenhuma punição é suficiente a alguém que tira a vida de outra pessoa indefesa e que não demonstra qualquer reação.
O problema deste país é a merda da corrupção e a falta de investimentos em saúde, educação, transportes, segurança pública, entre outros e por isso essa piazada extravasa a energia acumulada de forma errada. Enquanto estes problemas não forem solucionados sou obrigado a concordar com tudo o que escrevi acima. Depois de resolvidos, podemos sentar numa mesa de bar, pedir uma cerva gelada, uma porção de batatas e discutir a respeito de tratamento adequado aos infratores da lei, especificamente aos que cometeram atentados à vida humana.
Minhas condolências à família do jovem Carlos Eduardo.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Negócio

[Autor desconhecido]

quinta-feira, 10 de março de 2011

Iniciativa

Uma das dificuldades de voltar para casa depois de passar um tempo fora e morando relativamente sozinho é readaptar-se à rotina, inclusive a das pessoas próximas. Morando longe vc decide as coisas sem interferência externa, fato que não acontece em casa por um motivo simples: os parentes acham que ainda sou uma criança sem rumo ou sem noção das coisas e que precisa de um “direcionamento” em tudo (tbm conhecido como palpite). “Pq vc não faz assim ao invés de assado?”. A partir disso tenho tido que ouvir o lazarento do “pq” a toda hora.
Há alguns anos, qdo ainda gostava de cozinhar por esporte, meu primo (que por acaso tbm é meu afilhado) estava fazendo aniversário e a tia me encomendou sanduíches de metro para a festa. Como estava meio duro na época, resolvi dar a mão de obra de presente, ou seja, a tia só precisaria arcar com as despesas dos ingredientes. Quem disse que eu consegui? Mal pensei no assunto e mãe já veio com a super-direta: “Pq vc não dá a mão-de-obra de presente para o seu afilhado?” Caralho!
Qdo voltei para casa pensei que esta mania estava curada. Quem me dera. Somente nesse feriado de carnaval ouvi pelo menos um “pq” de cada membro da família, e todos dispostos a dar palpite sobre assuntos que diretamente não lhes dizem respeito (faculdade e trabalho). Estava conversando com o tio sobre trabalho e afins e aproveitei para sonda-lo a respeito da empresa onde ele trabalha (já pensando na possibilidade de mandar um currículo) qdo uma tia (não a dos sanduíches, outra) se mete na conversa com a palavrinha fatal: “Pq vc não manda um currículo para lá?”. Não agüentei e precisei descarregar: “Era justamente nisso que eu estava pensando ao conversar com o tio sobre este assunto. Será que posso tomar a iniciativa pelo menos uma vez?”.
Estou tentando não ser grosso, estúpido ou mal-criado, mas está difícil. Muito difícil.

terça-feira, 8 de março de 2011

Não leio

Que jornalista ganha mal e só se fode todo mundo já sabe. Ou se não sabe, fica sabendo agora: jornalista trampa pra KCT e logo que se forma entra para as estatísticas de mais um desempregado. Enfim, o colega Duda Rangel não precisa nos lembrar disso todos os dias, certo? Vamos fazer de conta, pelo menos no período acadêmico, que dominamos o 4º poder.
Por isso não leio, não recomendo e passo longe.
Pq de desilusões já bastam as do dia-a-dia.

terça-feira, 1 de março de 2011

Equação

Calçudo + Busão = Confusão.
Já falei aqui no blog sobre os tais calçudos e não fui preconceituoso ao descreve-los, conforme relato a seguir. O fato presenciado foi há alguns anos numa das linhas do biarticulado. Antes de contar o ocorrido, uma breve descrição do local: o “vermelhão” passa por um terminal e por outros 3 tubos antes de chegar ao último terminal da linha. Na ocasião eu estava voltando do vestiba da UFPR, que pra variar fui alocado lá na PQP. Mas enfim, estava eu bem susse no busão e encostado na porta 4 qdo ele parou no 1º terminal. Havia um monte de calçudos por lá correndo para todos os lados. Digam o que quiserem, mas parece que eles combinam de sair aos domingos pra “aprontar” (e no “aprontar” aqui está incluído tudo o que vcs quiserem e mais um pouco).
Continuando, entrou uma monte deles pelas 5 portas. O busão fechou as portas e continuou o percurso. Qdo chegou no 1º dos 3 tubos outra monte entrou pelas portas 2, 3 e 4 (detalhe que vários “furaram” a roleta ao entrarem pelas portas de desembarque). Não sei ao certo qual foi o estopim da confusão, mas qdo o ônibus chegou a esse tubo eles já estavam brigando, tanto é que vários deles entraram correndo pelas portas 3 e 4 e foram em direção à porta 5. Acho que um deles correu para a 5 para se proteger de apanhar dos outros.
Não consegui ver direito, mas parece que estavam alguns batendo nesse um, até que um deles fez algo com uma menina. Ao lado dela estava apenas o pai, um cara bombadão de uns 1.9m de altura, praticamente um armário. O cara gritou lá no fundo “Quero ver quem é que vai meter a mão na minha filha!” e veio socando um dos calçudos até a porta 4. Literalmente só dando soco na cara enquanto o piá recuava de costas e tentava se defender. Parece que foi cronometrado. O calçudo espancado e o grandalhão chegaram à porta 4 bem no momento em que o busão encostou no 2º tubo. O cara pegou o piá pelo colarinho e o atirou pela porta 4, por cima da roleta. Neste exato momento passava um outro piá, de uns 12 ou 13 anos, por trás do grandalhão. O cara apenas girou o tronco, pegou o piá pelo queixo com uma das mãos e o atirou pra fora do ônibus. O piazinho meteu a cara na roleta e saiu girando por sobre ele mesmo. Depois disso o cara se acalmou e voltou para o fundo do ônibus, onde estava a filha.
Os calçudos meio que se acalmaram dentro do ônibus até chegarmos ao terminal que é o fim da linha e foi lá que vi uma das cenas mais lindas da vida: Um monte de viaturas da PM e da Guarda Civil fechando o terminal e um monte de calçudo enfileirado e sendo revistado, provavelmente estavam bagunçando no ônibus anterior ao que eu estava. Sério, eram uns 100 calçudos de perna aberta e com a mão na parede. Contando ao vivo é mais legal pq tem toda uma movimentação e uma tentativa de demonstração dos movimentos do “armário”, mas basicamente foi isso.
Lindo, divino, inesquecível.