sexta-feira, 12 de junho de 2009

Valentine´s Day


Oh, Valentine´s Day, tu chegaste novamente para intimidar-me. Mais uma vez estarei só, acompanhado dos livros e do vinho enquanto minha musa, minha verdadeira musa, extasia-se em braços alheios. Que sensação ruim a de imaginar-lhe sendo tocada por outro, de suas mãos acariciando um rosto que não o meu. Tenho vontade de sumir, de sair sem rumo e não mais voltar a este planalto árido que só causou dor e sofrimento. Agora, mais do que nunca, seria perfeita uma campanha para “arejar as idéias” (Não foi uma mera divagação e esta afirmação tem uma razão de ser). Talvez regressar à minha terra natal para ficar entre os meus.
Como pude enganar-me todo esse tempo? É óbvio que não fomos feitos um para o outro. Somos de planetas completamente diferentes. Eu sou um plebeu, vc, uma princesa. Romances onde a realeza se une em matrimônio com a plebe só dão certo nos livros infantis com o batido final “E foram felizes para sempre”. Eu não chegaria a tanto, afinal não quero me casar, não agora. Graças à errônea pontaria do meu cupido (para não chamá-lo de burro e completo idiota) passei todo esse tempo ofuscado pela idealização de uma musa sem me dar conta de que na verdade era apenas um reflexo.
Foi bom contemplá-la à distância este tempo todo, Dália Negra, mas percebo agora que via apenas minha bela e doce Esmeralda, filha do vento, vestida com sua bata branca e seu sári amarelo, radiante como os raios solares numa manhã de primavera. Esta sim, real e ao alcance das mãos, sem frescuras, sem meio-termos, direta e específica em suas vontades e anseios, que provoca suspiros e arrepios apenas ao chegar perto, que me leva ao completo êxtase quando nossas peles se encontram, mesmo com toques suaves, que faz meu coração bater no limite. Faltam-me palavras para descrever precisamente todas as reações que provocas, saudosa Esmeralda, e não há um único dia que não pense em ti.

3 comentários:

  1. engraçado, o dia dos namorados nunca me abalou, e olha q passei vários sozinha, sem vinhos ou livros, só pensando q naquela hora poderia estar nos braços fortes e meio cabeludos de algum homem, q poderia ou não, chamar de meu...

    mas agora, sabendo que a data foi criada para preencher uma grande lacuna no comércio, entre o dia das mães e o dia do pais, me abala menos ainda.

    e sobre o muso? sumiu.

    bjs

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  2. Pensei em explorar o lado capitalista do Dia dos Namorados, mas resolvi deixa-lo de lado por alguns motivos.
    1) para não me alongar muito e fatalmente virar um post cansativo;
    2) foquei apenas o lado romântico da comemoração e seu valor simbólico, que é “apenas” o principal;
    3) sem mencionar o fato de que o lado materialista dela (caso estivesse devidamente acompanhado) não faria a menor diferença nesta data, visto que eu não gastaria mais do que $10 num presente, ou melhor, numa lembrancinha. Meu lado materialista ficaria completamente jogado às traças, pois não faria questão dele (do presente) pelo simples fato de estar junto com a pessoa amada ser muito mais importante do que trocar frivolidades.

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  3. "...doce Esmeralda, filha do vento..."
    Sabe meu caro amigo, os filhos do vento são incompreendidos muitas vezes, mas você descobriu (ou talvez só o perceba mais tarde)algo muito importante a respeito deles...
    "Não é inexistente o desejo de ficar, mas a caravana precisa partir".
    Não se trata apenas de uma tradição,mas de uma necessidade de alma,quase que uma sina.

    B.D.Q

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