quinta-feira, 2 de abril de 2009

Dois Irmãos

Nascido na Manaus de 1952, Milton Hatoum é escritor, tradutor e professor brasileiro e considerado um dos grandes escritores vivos do nosso país. Escreveu quatro romances: “Relatos de um certo oriente”, “Dois Irmãos”, “Cinzas do Norte” (este último vencedor do Prêmio Portugal Telecom de Literatura e todos os três vencedores do Prêmio Jabuti de melhor romance) e “Órfãos do Eldorado”.
Destes, li apenas “Dois Irmãos”, de 2000. A trama se passa em Manaus durante a época da ditadura militar no Brasil, o que contribui de certa forma como uma crítica indireta ao regime pela forma de escrever do autor, e trata da rivalidade entre os irmãos gêmeos Osmar e Yaqub como foco principal, do cotidiano da família de origem libanesa e do amor incondicional de Halim para com Zana, pais dos gêmeos. O texto é uma narrativa em primeira pessoa que prende o leitor do início ao fim. Acostumado a devorar livros relativamente grandes em curtos espaços de tempo, fui incapaz de ler este em menos de uma semana, mesmo sendo curto, em formato “de bolso” e com tempo à disposição. Senti-me profundamente incomodado em algumas passagens, talvez por ter alguma semelhança com experiências minhas, aumentando consideravelmente meu desgaste físico e mental. Em compensação, a “mulher prateada” chamou-me bastante a atenção por ter feito a imaginação voar longe ao mesmo tempo que reacendeu a memória para fatos marcantes recentes. A leitura fica um tanto quanto travada durante a maior parte da estória e contribui bastante para o cansaço precoce, mesmo tendo sido ganhador de alguns prêmios.

Um comentário:

  1. "Dois Irmãos" já foram até tema de vestibulares aqui em Manaus. Só é foda ver que uma boa parte dos jovens daqui só vai atrás desses livros do Milton Hatoum e os do Márcio Souza também (e eu me incluo nessa parcela no caso do Márcio Souza) para fins de provas mesmo.

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