segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Na falta do que fazer, acompanhe detalhadamente o trabalho de alguém e aporrinhe-o à exaustão.

Notei que sou um amante da Língua Portuguesa há alguns anos, quando havia recém- saído da “aborrescência” e me dedicava mais à leitura de revistas dos meus gostos pessoais, mais precisamente as de música (entenda por revistas de Heavy Metal). Não tenho a menor idéia do destino do fulano, mas naquela época o tal era locutor de um programa de rádio e colunista de uma das minhas revistas favoritas. Vamos chamá-lo de “Zé Ruela” apenas para dar nome aos bois. O cara é um baú de sabedoria, uma enciclopédia ambulante, quando o assunto é música, instrumentos, sonoridade, história de bandas e afins, mas é um completo tapado na arte de escrever. A revista costumava chegar às bancas por volta do dia 9 de cada mês. Até o dia 11 eu já a havia comprado e com certeza até o dia 15 já havia um e-mail meu na redação comentando a edição atual de cabo a rabo. Claro que o foco era sempre a coluna do Zé Ruela, que cometia erros lamentáveis na forma escrita. Antes de mais nada, deixo claro que eu também estou sujeito a cometer erros e não sou dono da verdade, ainda mais num assunto tão complexo que é nosso idioma. Voltando, pleonasmos eram constantes (subir pra cima, descer pra baixo, sair pra fora, entrar pra dentro, miss burra, essas coisas...) (Ele não citou “miss burra” na coluna, foi apenas uma homenagem a um grupo teatral muito retardado que já rendeu boas risadas), concordância e regência era um “Deus nos acuda”, mas enfim, eu não podia deixar passar batido. Precisava criticar. Apesar de serem críticas construtivas ainda eram críticas. Enchi tanto o saco da Redação que finalmente alguém respondeu meu e-mail. Disseram que minha argumentação estava tão bem articulada que ficaram convencidos da necessidade de revisar os textos do Zé Ruela antes da publicação. O motivo real pelas críticas (ou implicância, se preferirem) será esclarecido numa outra ocasião. Por enquanto basta saberem que a desculpa plausível para criticar era o fato de que a possibilidade de haver professores de Português ou outras pessoas cultas entre os leitores era grande e não só os moleques “cabeças de latinha”. Se eu fosse um professor, por exemplo, e lesse as bizarrices dele, com certeza o tempo que levaria para atirar a revista no lixo seria infinitamente menor do que levaria para pronunciar “cu”.

Um comentário:

  1. "Na falta do que fazer, acompanhe o trabalho de alguém e aporrinhe-o à exaustão"

    Isto vale p/ quem acompanha seu blog??? rsrsrs

    Nos pleonasmos citados faltou "Mr. PI covencido", rsrsrs.

    B.D.Q

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