sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Olhos de Jaboticaba

"Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde, amo-te
simplesmente sem problemas nem orgulho: amo-te assim por que não sei amar de outra maneira" - Pablo Neruda.
Saudade de vc, da sua pele, do seu beijo, do seu cheiro.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Divagações 11

"Um homem só encontra a mulher ideal quando olhar em seu rosto, ver um anjo e, tendo-a nos braços, ter as tentações que só os demônios provocam..." - Pablo Neruda

sábado, 30 de novembro de 2013

Um sábado qualquer



Sampa, meia noite e uns quebrados.
Acabei de chegar em casa. Asfalto molhado, ruas vazias. A garoa cai leve e fina, ligeiramente inclinada, mas nem por isso o clima deixa de estar quente. Abro a porta, acendo as luzes e vou para o meu quarto. Mexo em algumas coisas, noto que outras estão fora do lugar.
Este lugar, outrora tão acolhedor, parece agora frio e distante.
Fui tomar um banho para tirar o suor e relaxar. Aquele banheiro não é mais o mesmo. É o mesmo, mas ao mesmo tempo não é. Não é aquele banheiro que aqui deixei outrora. Parece vazio e sem graça. Tudo está vazio e sem graça. A comida perdeu o gosto, as flores perderam as cores...
De repente vem o impulso para escrever. Não agüento mais o chuveiro quente. Preciso escrever.
Enxugo-me às pressas, volto para o quarto, coloco o pijama “padrão”, ligo o pc e começo a desembuchar estas linhas.
A janela escancarada, que é para ver a garoa cair. Os olhos, molhados. Não de chuva e muito menos da água do chuveiro. De lágrimas.
Não sei o que acontece comigo. Faz tempo que não me sinto assim.
Não sei se deveria te contar isso pq não quero deixá-la preocupada, mas eu precisava desabafar.
Saudades de vc, da sua pele, do seu beijo, do seu cheiro.

Minha memória de peixe registrou que vc gostou do blog, por isso......

terça-feira, 7 de maio de 2013

Morosidade Judiciária


A justiça é lenta e já estamos mais do que carecas de tanto ouvir isso. Mas algum de vcs, caros leitores, já parou para se perguntar a razão dessa lenga-lenga toda? Não precisa, né? Dá pra pensar andando mesmo.
Uma simples ação de despejo por falta de pagamento de aluguel, por exemplo, pode demorar anos para ser julgada. Em parte pela própria burocracia, em parte pelo excesso de processos e falta de pessoal e por outro detalhe que vou deixar para discutir ao final do texto.
O trâmite é relativamente simples. O advogado entra com o processo no fórum do domicílio da parte, vamos supor que seja em qualquer um do interior. O juiz local julga e dá ganho de causa ao proprietário do imóvel. O inquilino, não satisfeito, entra com recurso para instância superior. Neste caso, a instância superior ao fórum da caixa prego é o Tribunal de Justiça, vulgo TJ, e fica na capital do Estado. Bora aguardar o traslado do processo para o TJ, entrar na fila e ser julgado. É impossível saber quanto tempo isso demorará. Em tese o processo entrará numa fila única, mas eu acredito que o funcionário o jogue em algum canto e faça “minha mãe mandou” na hora de escolher algum para ser devidamente julgado.
Supondo que o processo seja julgado pelo desembargador confirmando a decisão do juiz da caixa prego, o inquilino, ainda se sentindo injustiçado, resolve recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que fica lá em Brasília. Se a causa versar apenas sobre questões infraconstitucionais, o treco é julgado pelo STJ e pronto. Mas se houver questões constitucionais a serem discutidas aí o treco vai longe, pois ainda precisará do parecer do Superior Tribunal Federal (STF).
Mas vamos supor que o lazarento do inquilino não crie tanto caso e o processo não vá tão longe. Suponhamos que a pendenga parou no TJ e ele concordou em sair do imóvel. Ok, caso resolvido, mas ainda resta a questão de pq raios leva tanto tempo pra julgar alguma coisa nesse país.
Simples. Além da burocracia interna, o excesso de processos e a falta de pessoal para as funções administrativas e decisórias, também há o fator preguiça. Há muito desembargador por aí que prefere passar o dia coçando o saco só esperando chegar o dia do pagamento ao invés de efetivamente julgar processos para resolver as questões alheias. #Prontofalei

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Shadows from the Past


Não gosto do FB por razões que já deixei bem claras aqui, além de que só serve, basicamente, para as pessoas se bacanearem pra cima das outras ao projetarem imagens de quão desinteressantes são suas vidas fúteis através de álbuns repletos de fotos de viagens ou do que fizeram no fds, check-ins infindáveis ou “aquisições” recentes de amigos como num álbum de figurinhas que nunca completa. Confesso que as fotos de baladas com a mulherada fazendo bico de pato num ambiente de gravidade ampliada (elas devem se sentir mais pesadas, por isso ficam com os joelhos flexionados) são engraçadas.
O que me surpreendeu foi encontrar algo de bom nessa porra toda. A vida, por seu próprio curso, nos leva a seguir caminhos distintos das pessoas que conhecemos há tempos, como amigos de infância ou outras que nos marcaram de alguma forma.
Algumas semanas atrás foram marcadas por decepções, mas, como o Universo tende ao equilíbrio, elas ficaram totalmente eclipsadas por boas surpresas, como a reaproximação com minhas primas (que não sei por que cargas d´água nos distanciamos); e por último, mas não menos importante, o contato com uma amiga dos tempos do ginásio. Graças ao FB acredito que seja possível recuperar o tempo perdido e talvez nos tornemos grandes amigos de novo, ou pelo menos teremos a oportunidade de tentar.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Mulheres que mexem com minha(s) cabeça(s) 8

[Carolina Ferraz]

sábado, 20 de abril de 2013

Carandiru



Tem estado em voga na mídia nos últimos dias o julgamento dos policiais supostamente responsáveis pelo massacre ocorrido na Casa de Detenção (também conhecido como Carandiru) na tarde de sexta-feira, 2 de outubro de 1992.
Parafraseando uma amiga, “aos que são favoráveis ao extermínio humano ocorrido no Carandiru recomendo a leitura do livro ‘Estação Carandiru’, que (re)trata os detentos como gente e dá a dimensão de que, assim como haviam criminosos perigosos, também havia gente que procurava outro norte na vida”.
Pois bem, eu não li o livro sobre o Carandiru e, como era criança quando houve aquele rolo, lembro vagamente pelo que vi na tv. A princípio até pensava que bandido bom é bandido morto, mas antes de tomarmos as dores de um ou de outro lado é preciso focar na questão social.
A Constituição Federal garante direitos fundamentais individuais e coletivos e os direitos sociais, que o Estado tem OBRIGAÇÃO de fornecer, como habitação, saúde, educação, segurança, trabalho, entre outros, apenas para citar os de necessidades mais imediatas. O Estado não provê nada disso, pelo menos não com a qualidade mínima esperada e é natural que o cidadão se veja entre a cruz e a espada na hora de cometer algum delito. Claro que há os que agem por questões de desespero, por não terem nenhuma perspectiva de futuro digno, e os que agem pela maldade. 
Segundo Rousseau, “o homem nasce bom e a sociedade o transforma”. Eu diria que a sociedade o transforma em seu pior e se o indivíduo tivesse a oportunidade de crescer e se desenvolver até sua plenitude máxima ele não iria para o lado do crime.
Alguém pode pensar que defendo os criminosos por nunca ter sido vítima de nenhum deles. Eu já fui assaltado, sim, mas esse não é o foco do post. Não estou defendendo vagabundo nenhum, mesmo pq os detentos aprontaram alguma para estarem presos, mas também não anseio pela condenação dos policiais pq, acima de tudo, estavam cumprindo ordens, seja do comandante da operação, o finado Coronel Ubiratan Guimarães, seja do Governador, que na ocasião era o Fleury Filho.
Houve excesso na conduta policial? Sim, houve, mas é preciso apurar a responsabilidade de cada um. Era necessário invadir o Carandiru? Talvez fosse, mas volto a dizer, o comandante da operação está subordinado ao Governador e é ele quem dá a última palavra. Como assim, estava viajando e não sabia o que se passava? O Governador não sai de rolê por aí sem avisar pelo menos o vice ou seus assessores. E o Secretário de Segurança Pública, estava onde? Com o perdão da expressão, essa é uma manobra para tirar seus respectivos cus da reta para colocar no do cara que deu a cara a tapa.
No final das contas não podemos nos dar ao luxo de sermos tão céticos a ponto de querermos enjaular os caras que puxaram o gatilho quando eles não o fizeram sozinhos. O Estado, ao mesmo tempo em que tem obrigação de fornecer os direitos garantidos pela Constituição Federal também tem o poder-dever de manter a ordem e o faz pelo uso legitimado da força, mesmo que seja em última instância.
Caminhamos para o caos. De quem é a culpa? De todos nós, que preferimos nos entreter com Carnaval, Cerveja e Copa do Mundo a tomarmos uma atitude para mudar a realidade do nosso país.

domingo, 14 de abril de 2013

Controle Social


Estava no busão outro dia quando vi a seguinte frase rabiscada na parte de trás de um dos bancos: “Foda-se o governo e suas leis”. O cidadão que escreveu isso deve ser um pseudo punk-anarquista que acreditaria ser o mundo um lugar melhor se não houvessem leis ou governo instituído para regê-lo. Não precisamos ir muito longe para encontrar um lugar onde o caos impera: o Haiti, após o furacão que devastou sua infra-estrutura. Mesmo tendo sido por motivo de força maior e não por ação da população, o governo de lá se entubou e, com ele, suas leis, e nem por isso se tornou um lugar melhor.
A vida em sociedade exige instrumentos de controle social (religião, moral, costumes, direito) para garantir a manutenção da mesma e evitar que entre em colapso. O direito é um desses instrumentos por criar regras de conduta ordenada e justa e, pela precisão de suas regras e sanções, é instrumento que controla os comportamentos com grande certeza e segurança e evita, por exemplo, que um cidadão que vandaliza um meio de transporte público seja linchado por outro passageiro inconformado.
Não é um “foda-se o governo e suas leis” que resolverá os problemas pq, apesar de inúmeras falhas, é o governo e suas leis que garantem ao infeliz que escreveu isso ter condições de viver e se desenvolver, por pior que possa parecer, dentro de uma sociedade.
No final das contas é “Foda-se você, seu vândalo! Alienado de merda!” por não ter dado o devido valor à escola e aos professores e agora está aí reclamando do mundo por achar que não teve sorte na vida.