A morte, para mim, sempre foi um assunto muito distante e que só acontece com os outros. Tanto é que os parentes mais próximos que já perdi, depois do meu cachorro, foram meus bisavôs e bisavós. Não senti tanto a partida deles pq desencarnaram qdo eu era ainda muito novo e havíamos convivido pouco tempo juntos. Minha irmã, pais, avôs e avós continuam firmes e fortes, graças a Deus.
Não tive o privilégio de conhecer o vô Agenor e a vó Olinda, pais de minha avó paterna. Tudo o que sei deles, além de ter visto algumas fotos, é que o vô Agenor faleceu em 1933 qdo minha avó tinha apenas 2 anos de idade. Já a vó Olinda viveu muito mais, criou os filhos costurando para fora e faleceu no começo dos anos 70. Gostaria de ter conhecido a tia Dijanira, irmã da vó. Dizem que ela era bem à frente de seu tempo.
Também não tive o privilégio de conhecer o vô Joaquim e a vó Maria, pais de meu avô paterno. O vô não fala muito da mãe, mas em compensação vive falando do pai. Em poucas palavras, o vô Joaquim era foda. Administrava pessoalmente o sítio, na região de Maceió, montava a cavalo e fazia as contas sozinho, até falecer aos 104 anos. Oficialmente ele tinha apenas 90 e poucos, pois foi registrado já menino. A família toda estava se reunindo para ir visita-lo em seu aniversário de 105, no início do ano seguinte, mas Papai-do-céu o chamou de volta em dezembro daquele ano.
Em compensação, pude conhecer tanto os pais da minha avó materna quanto os pais do meu avô materno. Eu devia ter uns 6 ou 7 anos qdo eles faleceram. Não sei bem qdo foi, mas parece que os quatro combinaram de ir “embora” ao mesmo tempo.
Começando pelos pais da avó materna, o vô Mariano e a vó Isolina eram mais “na deles”. Apesar de serem bastante sossegados, “aprontaram” bastante na juventude. O pai da vó Isolina, vulgo Dindinha, era comerciante dono de uma loja de tecidos lá nos cafundós da Bahia e o vô Mariano era funcionário da loja. Os dois se apaixonaram e fugiram para se casarem, já que o pai da vó era contra o casamento. Eita velhinho esperto.
Sobre os pais do avô materno, o vô Pedrinho e a vó Emília eram umas figuras. Lembro que ela tinha um pouco de bigode, falava palavrões e fazia um feijão excepcional. Já o vô só ficava na cadeira dele, dando risada e falando besteira, daquele tipo saudável que se pode falar para as crianças. É deles que vem minha teimosia italiana.
Essas são apenas algumas memórias daqueles diretamente responsáveis por eu existir hoje e, por isso, neste dia de finados, fica esta singela homenagem aos meus ancestrais. Que estejam bem onde estiverem.
Há 10 anos
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