Este post é homônimo a um poema de Álvares de Azevedo e foi batizado desta forma em homenagem a algumas poucas linhas escritas no século XIX que me inspiraram a escrever esta noite.
Fui bastante incisivo algum tempo atrás sobre não alterar a linha editorial do blog para me expressar livremente, mas preciso pôr para fora sob risco de explodir igual ao meu avô (2 infartos e 1 AVC num espaço de 15 dias) há um ano e meio. Abrirei outro parêntese nesta ocasião para falar um pouco a meu respeito, minha maneira de agir e pensar.
Apesar de não parecer, sou muito tímido. Pessoas dirão que eu não sou tímido coisa nenhuma, pois eu digo que sou. Alguns anos atrás eu era muito mais. Bem mais. Apesar de ainda ser bastante, hj sou muito mais sociável. Prova disso é que não ando mais só de preto e com camisetas de banda (embora me amarre bastante neste visual) para não assustar (tanto) as outras pessoas e facilitar a sociabilidade.
Por conta dessa timidez aterrorizante (do passado), eu não me abria com ninguém, não contava se estava feliz, triste, o que me fazia rir ou chorar. Pode soar como coisa de outro planeta, mas sim, eu choro às vezes. Até minha mãe achava que eu era uma pedra de gelo por não demonstrar emoções. Não demonstrava mesmo. Pra mim isso era sinal de fraqueza, mas agora me permito sentir e refletir (e me curar, caso a emoção seja dolorida).
Apesar de continuar sendo bastante incompreendido pelas outras pessoas, hj não sinto mais vergonha em demonstrar minhas emoções, mas mesmo assim não é para todos que me exponho desta forma. Apenas aos mais chegados.
Uma das formas mais comuns de incompreensão é quando as pessoas simplesmente lhe dão as costas, vão embora ou fingem que não ouviram e/ou entenderam quando ouvem um “eu te amo”. Claro que esta expressão está mais do que banalizada pq todos dizem isso sem sentirem de verdade. Eu não digo a esmo. Digo apenas quando realmente sinto. Eu sinto. De mau tenho apenas a aparência. Uma resposta atravessada ou um sinal de pouco caso vindos de quem eu gosto/adoro/amo machuca mais do que um ferimento físico.
Não estou me referindo a uma pessoa específica, mas a todas as que já tiveram, têm e terão a oportunidade de compartilhar seu destino (todo ou em parte) comigo.
Sem medo de suas reações, sem medo de ser feliz, se eu morresse amanhã, saiba hj e agora o quanto vc é/foi importante para mim, lembre-se das vezes que rimos e/ou choramos juntos e de todos os outros momentos em que estivemos lado a lado, independente de querer continuar caminhando ao meu lado ou me deixar falando sozinho.
Sem vergonha de me expressar, não mais.