quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sinceridade

Quando eu tinha uns 9 anos de idade e estava na 3ª série, a professora inventou de fazermos um amigo secreto no final do ano. A ideia da “cabeça-de-latinha” era desenvolver o lado sociável dos alunos ao escrever um cartãozinho para o tal amigo e pela troca de presentes (que era uma caixa de bombons).
O piá que se sentava na minha frente era a personificação perfeita do mala-sem-alça. Só fazia bagunça, abria a boca pra falar besteira bem na hora da explicação da professora, tirava sarro da menina que eu gostava bem na minha frente (ele não sabia que ela era minha “musa”), entre outras peripécias, e eu não falava nada. Como sempre fui muito comportado (acho que o termo correto é “tímido”), aquilo tudo me incomodava muito.
Por ironia do destino, tirei justo ele como amigo secreto. No tal do cartãozinho eu escrevi que lhe desejava um feliz natal, com muitos presentes e próspero ano novo (aquelas merdas que a gente escreve e recebe todo ano) e, pra fechar, que esperava nunca mais ve-lo.
Penso que aquela era a forma dele expressar seu gosto pela vida, de aproveitar a infância e, em parte, não merecia ter lido aquilo. Talvez hoje eu fosse menos ranzinza se tivesse levado a escola mais “na flauta”, brincado mais, zuado mais e falado mais besteira pras meninas.
Meus ataques de sinceridade são uma de minhas características que cultivo desde a infância, mas não de forma tão exacerbada. Quando esse meu lado se manifesta acabo por magoar, de forma involuntária, alguém ao meu redor.

domingo, 20 de novembro de 2011

Amor


Há quem o tenha e valorize.
Há quem tem e desperdiça.
E também há quem poderia ter, mas faz tão pouco caso que passa a possuir apenas minha total e completa indiferença.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Natureza

Às vezes ela me surpreende, mesmo nesta selva de pedra.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

USP

Tudo começou com a tentativa de assalto a um estudante da Faculdade de Economia da USP no dia 18/05 desde ano e que fatalmente terminou com sua morte. O centro acadêmico da referida faculdade organizou um protesto na manhã do dia seguinte pedindo por mais segurança dentro do campus.
A polícia foi lá, fez um convênio com a reitoria e suas passagens tornaram-se mais rotineiras, por assim dizer.
Até aí, tudo dentro dos conformes.
Não sou fã da polícia e nem de seus modos truculentos, mas ao desempenharem o trabalho pelo qual são pagos enquadraram três estudantes fumando uma couve, tempero verde, orégano, chame aquela porra do que quiser. Pode chamar pelo nome literal, Cannabis sativa, também conhecida como maconha. A partir daí baixou o santo nos universitários, saíram rodando a baiana e invadiram a reitoria pq os vagabundos foram enquadrados. Pra que?
Meu, esses estudantes estão perdendo o foco! Não estamos mais em plena ditadura onde o simples fato de estar numa faculdade seja motivo de ir passar a noite no xadrez, nem de ter esses chiliquinhos por qualquer coisa.
Querem protestar? Então que protestem por problemas reais que afetam a sociedade como um todo, como a falta de qualidade dos serviços de saúde, educação, segurança pública ou até mesmo pela corrupção, pela roubalheira descarada e pelos políticos que não fazem porra nenhuma pra merecer os salários e mordomias que ganham. Isso é motivo de protesto.
Agora vêm encher o saco por causa daqueles 3 maconheiros, possivelmente filhinhos de papai, que foram parar no xadrez? Ah, vão tudo pra merda!!!
Isso é falta de levar umas boas cintadas na bunda pra largar mão de ser besta. E não resolvendo o problema até a adolescência, então é falta de borrachada nas canelas dessa molecada mimada. No final das contas, a falta de foco os reduziu a meros vândalos.