“Um humilde veterano do teatro das variedades escalado como vítima e vilão pelas vicissitudes do destino. O único veredicto é a vingança, uma vendetta mantida como voto, não em vão, por seu valor e veracidade que um dia vingará os zelosos e os virtuosos” – V
Desde que nasci até o final da adolescência era relativamente comum ir passar o reveillon ou esporádicos feriados/finais-de-semana numa “Colônia de Férias” no Guarujá, litoral de SP. Foi num feriado de 1º de Maio que conheci a “M”, uma morena de seus 1,5m, cabelo castanho claro cacheado na cintura, olhos castanhos, pernas definidas, seios médios e uma barriguinha linda de morrer. Mal consegui relaxar naquele fim-de-semana prolongado, tamanha foi a emoção que senti à primeira vista e o nó no estômago pela oportunidade de chegar junto que tardava em aparecer. Sequer consegui dormir. Passei aqueles 3 dias dividido entre me divertir na companhia de meu pai e vaguear pela tal Colônia em busca da guria.
Domingão havia chegado e, com ele, a hora de ir embora tbm. Nem almocei naquele dia, que era pra não correr o risco de estar com mau hálito qdo fosse falar com ela (mesmo tendo passado fio-dental, escovado os dentes trocentas vezes e feito bochecho com antiséptico bucal – Inclusive, dava uma corrida até o quarto para repetir o bochecho de hora em hora).
Finalzinho da tarde, meu pai começando a perturbar pra ir embora, eu morrendo de fome e morgando na sala de estar do lugar (já de saco cheio de esperar). De repente a guria aparece, senta no sofá em frente e começa a folhear o jornal que estava sobre a mesa de centro. Até que enfim! Puxei papo e começamos a conversar. Eu com 16 anos, ela com 17. Trocamos telefones e talz.
O BIP (ou Pager) estava em alta naquela época pq ainda não havia celular, pelo menos não acessível aos reles mortais. O último modelo eram aqueles em que aparecia uma msg de texto numa telinha de cristal líquido. Ela tbm havia me passado o nº do BIP. Voltei pra casa feliz da vida.
Ela começou a dar uns perdidos logo nas primeiras vezes em que liguei e eu a receber msgs toscas no BIP, em tese enviadas pelo ex-namorado ciumento que havia “roubado” a agenda dela. Sei, sei. Deixei pra lá, toquei o “foda-se” o fui seguindo a vida.
Em janeiro do ano seguinte estava nesta mesma Colônia e curtindo um som qdo vi uma silhueta conhecida ali por perto. O som em questão era “Fear of the Dark” do Iron Maiden. Acho que é por isso que até hj acho esse álbum intragável (exceto, é claro, pelos clássicos presentes). Resolvi puxar conversa só pra não ser mal educado, afinal não guardava mágoas dela. Durante o papo ela pediu desculpas e contou a suposta história que o ex-namo dela era bastante ciumento, que haviam terminado havia pouco tempo e que ele tinha tentado queima-la com outros amigos tbm. Mantivemos contato por mais algum tempo, ela me convidou para umas festas e para o aniver de 18 anos, que foi uma pequena reunião na casa dela em março. Mandei um buquê de rosas champagne de presente. À noite, durante a “festa”, ela se fez de desentendida e nem comentou nada sobre o buquê. Achei estranho, mas deixei quieto. O engraçado é que tbm estava presente o tal ex-namo ciumento. Pensei comigo: “essa guria é louca!”. Toquei o “foda-se” de novo e pronto.
Seis anos depois, fui com minha família e uma amiga colorida para essa mesma Colônia apenas para passar o domingo. Senti uma sensação de “deja vu” na fila de entrada do refeitório com alguém que estava a duas pessoas na frente. Sim, era a “M”. Tudo o que havia acontecido antes passou pelos meus olhos em milésimos de segundo, semelhante a qdo estamos prestes a morrer (pelo menos é o que dizem). Achei legal revê-la ali na fila, mas como estava super bem acompanhado fiz de conta que não a conhecia e pronto. Já não havia mais nenhum hóspede no refeitório qdo precisei sair de lá no meio da refeição para buscar minha irmã, ainda bebê, que não saía da sala de brinquedos. Como as paredes do lugar são todas de vidro, ela (M) pôde ver que eu me dirigia para a saída e ficou por ali, meio que de bobeira, escorada na parede e nitidamente querendo forçar um esbarrão. Saí, a olhei nos olhos com um sorriso contido por um ou dois segundos, retornei o olhar para onde eu estava indo e solenemente a ignorei. Nunca mais a vi depois disso.
A vingança, de fato, é um prato que se come frio e provoca orgasmos múltiplos. No caso desta, sequer foi planejada. Simplesmente aconteceu.
Desde que nasci até o final da adolescência era relativamente comum ir passar o reveillon ou esporádicos feriados/finais-de-semana numa “Colônia de Férias” no Guarujá, litoral de SP. Foi num feriado de 1º de Maio que conheci a “M”, uma morena de seus 1,5m, cabelo castanho claro cacheado na cintura, olhos castanhos, pernas definidas, seios médios e uma barriguinha linda de morrer. Mal consegui relaxar naquele fim-de-semana prolongado, tamanha foi a emoção que senti à primeira vista e o nó no estômago pela oportunidade de chegar junto que tardava em aparecer. Sequer consegui dormir. Passei aqueles 3 dias dividido entre me divertir na companhia de meu pai e vaguear pela tal Colônia em busca da guria.
Domingão havia chegado e, com ele, a hora de ir embora tbm. Nem almocei naquele dia, que era pra não correr o risco de estar com mau hálito qdo fosse falar com ela (mesmo tendo passado fio-dental, escovado os dentes trocentas vezes e feito bochecho com antiséptico bucal – Inclusive, dava uma corrida até o quarto para repetir o bochecho de hora em hora).
Finalzinho da tarde, meu pai começando a perturbar pra ir embora, eu morrendo de fome e morgando na sala de estar do lugar (já de saco cheio de esperar). De repente a guria aparece, senta no sofá em frente e começa a folhear o jornal que estava sobre a mesa de centro. Até que enfim! Puxei papo e começamos a conversar. Eu com 16 anos, ela com 17. Trocamos telefones e talz.
O BIP (ou Pager) estava em alta naquela época pq ainda não havia celular, pelo menos não acessível aos reles mortais. O último modelo eram aqueles em que aparecia uma msg de texto numa telinha de cristal líquido. Ela tbm havia me passado o nº do BIP. Voltei pra casa feliz da vida.
Ela começou a dar uns perdidos logo nas primeiras vezes em que liguei e eu a receber msgs toscas no BIP, em tese enviadas pelo ex-namorado ciumento que havia “roubado” a agenda dela. Sei, sei. Deixei pra lá, toquei o “foda-se” o fui seguindo a vida.
Em janeiro do ano seguinte estava nesta mesma Colônia e curtindo um som qdo vi uma silhueta conhecida ali por perto. O som em questão era “Fear of the Dark” do Iron Maiden. Acho que é por isso que até hj acho esse álbum intragável (exceto, é claro, pelos clássicos presentes). Resolvi puxar conversa só pra não ser mal educado, afinal não guardava mágoas dela. Durante o papo ela pediu desculpas e contou a suposta história que o ex-namo dela era bastante ciumento, que haviam terminado havia pouco tempo e que ele tinha tentado queima-la com outros amigos tbm. Mantivemos contato por mais algum tempo, ela me convidou para umas festas e para o aniver de 18 anos, que foi uma pequena reunião na casa dela em março. Mandei um buquê de rosas champagne de presente. À noite, durante a “festa”, ela se fez de desentendida e nem comentou nada sobre o buquê. Achei estranho, mas deixei quieto. O engraçado é que tbm estava presente o tal ex-namo ciumento. Pensei comigo: “essa guria é louca!”. Toquei o “foda-se” de novo e pronto.
Seis anos depois, fui com minha família e uma amiga colorida para essa mesma Colônia apenas para passar o domingo. Senti uma sensação de “deja vu” na fila de entrada do refeitório com alguém que estava a duas pessoas na frente. Sim, era a “M”. Tudo o que havia acontecido antes passou pelos meus olhos em milésimos de segundo, semelhante a qdo estamos prestes a morrer (pelo menos é o que dizem). Achei legal revê-la ali na fila, mas como estava super bem acompanhado fiz de conta que não a conhecia e pronto. Já não havia mais nenhum hóspede no refeitório qdo precisei sair de lá no meio da refeição para buscar minha irmã, ainda bebê, que não saía da sala de brinquedos. Como as paredes do lugar são todas de vidro, ela (M) pôde ver que eu me dirigia para a saída e ficou por ali, meio que de bobeira, escorada na parede e nitidamente querendo forçar um esbarrão. Saí, a olhei nos olhos com um sorriso contido por um ou dois segundos, retornei o olhar para onde eu estava indo e solenemente a ignorei. Nunca mais a vi depois disso.
A vingança, de fato, é um prato que se come frio e provoca orgasmos múltiplos. No caso desta, sequer foi planejada. Simplesmente aconteceu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário