quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Paquera

Uns dois anos depois daquele piá de prédio lazarento ter tirado onda da minha cara, conforme já contado aqui, uma guria ligou em casa querendo falar comigo. Como eu mesmo havia atendido ao fone, me identifiquei e,cordialmente, perguntei o que ela desejava. O papo foi rápido e parecia uma tentativa de diálogo entre dois chapados. A guria disse que me conhecia de vista, que a tia dela morava perto da minha casa, que era minha admiradora secreta e estava ligando para me paquerar. “Ah, só. Legal”, falei. Depois perguntei o nome dela, já imaginando que “M” estava por trás daquilo. Como ela se recusou a dizer o nome, já meio que cortei o assunto, me despedi e desliguei. Ela voltou a ligar mais algumas vezes nos dias que se passaram, mas o papo não evoluiu muito além do que eu já contei, em parte por não acreditar que aquilo era de verdade (por continuar desconfiado com o “M”) e por ela se recusar a dizer quem era. Pow, eu já havia tomado altos foras até aquela altura do campeonato e era legal ter uma admiradora secreta com grandes chances de virar namorada. Bastava apenas me dizer o nome e quem era a tal tia. Coisas básicas para espantar minhas desconfianças e ganhar algum crédito comigo, afinal é lógico e óbvio não dar trela pra qualquer xarope que telefona dizendo ser “admiradora secreta”. É cada uma que aparece!
Passado algum tempo ela ligou novamente com um papo de que eu só saberia quem era ela se topasse encontra-la num Shopping da Zona Norte de Sampa naquele mesmo dia. Até aí, tudo bem. Afinal ficava perto de casa, era um local público com bastante gente e naquela época era mais seguro, de certa forma, encontrar desconhecidos (mesmo pq ainda não existia internet, pelo menos não para os cidadãos comuns). Novamente insisti para me dizer o nome dela e da tia (por causa da velha desconfiança) e mais uma vez ela se recusou. E eu, claro, nem me abalei pra ir ao Shopping. Resultado: por um lado, ela perdeu uma ótima oportunidade de namorar um cara legal (Convencido!) por ser cabeça dura e não se identificar. Por outro lado, eu perdi uma possível namorada. Às vezes lembro do episódio e fico curioso pra saber quem era, mas nem perco meu sono por causa disso.

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