quarta-feira, 24 de março de 2010

Desabafo

Hoje, dia 20 de Março de 2010, acordei cedo reclamando que tinham me acordado, fiquei sozinha em casa com meu irmão de 2 anos. Depois fomos à padaria comprar Pão de Queijo e voltamos para tomar café da manhã.
Arrumei a casa, brinquei um pouco com ele e com minha cadela, a Pit.
Mais tarde resolvi dar uma volta com meu irmãozinho pra sair um pouco de casa, quando vejo um menino carregando papelões com um olhar baixo e triste. Ele se aproximou e me perguntou: “Tia, você tem 1 Real?”
Não tinha dinheiro trocado, mas perguntei se ele queria algo da padaria. O menino humildemente balançou a cabeça afirmando o convite. Ao entrar na Padaria fiquei perdida, pois tinha acabado o que havia pensado em dar a ele. Retornei e perguntei o que ele queria. O menino, muito tímido, disse: “O que você me der vou ficar muito agradecido!” Naquele momento meu coração ficou partido. Comprei bolinhos, refrigerante e uns docinhos para ele. Ele me agradeceu e foi embora.
Fiquei curiosa em saber a história do menino que aparentava ter mais ou menos 7 anos e o acompanhei com o meu irmão no colo. Olhei para ele e perguntei se queria ajuda para carregar os papelões. Ele afirmou com a cabeça dizendo que sim. Perguntei a ele onde ele estava indo e ele respondeu que estava indo ao ferro velho vender aquilo tudo para cortar o cabelo. Ao entrar no ferro velho, ele vendeu o que tinha e saímos. Perguntei a ele se morava com os pais. Ele disse que sim e que morava com mais dois irmãos, um mais velho e outro da idade do meu irmão.
Perguntei se os pais dele trabalhavam e ele disse que a mãe não, mas que o pai trabalha e ganha apenas 50 reais por mês, eu perguntei onde ele morava e ele disse que morava perto de uns prédios, em uma casa, e havia caído o muro do quarto. Nessa hora meu coração partiu em mil pedaços, e logo perguntei se na casa dele faltava comida. Ele disse que não e nos despedimos um do outro.
Ele me agradeceu novamente e foi embora. Cheguei em casa muito abatida com a história do menino. Refleti todas as vezes que reclamei de algo pelo simples fato de querer um luxo ao ver aquele menino vendendo papelão para cortar o cabelo, onde eu e muita gente quer pintar, cortar, alisar e fazer qualquer coisa nos cabelos por luxo ou por querer ser mais bonita. Me fez pensar o porque ainda reclamo de tanta coisa fútil! Sem cabimento algum, como acordar cedo num final de semana.
Quero agradecer aquele menino por ter me despertado para a vida, para não reclamar do desnecessário!

[Por Rafaela Barbosa]

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