sexta-feira, 26 de abril de 2013

Shadows from the Past


Não gosto do FB por razões que já deixei bem claras aqui, além de que só serve, basicamente, para as pessoas se bacanearem pra cima das outras ao projetarem imagens de quão desinteressantes são suas vidas fúteis através de álbuns repletos de fotos de viagens ou do que fizeram no fds, check-ins infindáveis ou “aquisições” recentes de amigos como num álbum de figurinhas que nunca completa. Confesso que as fotos de baladas com a mulherada fazendo bico de pato num ambiente de gravidade ampliada (elas devem se sentir mais pesadas, por isso ficam com os joelhos flexionados) são engraçadas.
O que me surpreendeu foi encontrar algo de bom nessa porra toda. A vida, por seu próprio curso, nos leva a seguir caminhos distintos das pessoas que conhecemos há tempos, como amigos de infância ou outras que nos marcaram de alguma forma.
Algumas semanas atrás foram marcadas por decepções, mas, como o Universo tende ao equilíbrio, elas ficaram totalmente eclipsadas por boas surpresas, como a reaproximação com minhas primas (que não sei por que cargas d´água nos distanciamos); e por último, mas não menos importante, o contato com uma amiga dos tempos do ginásio. Graças ao FB acredito que seja possível recuperar o tempo perdido e talvez nos tornemos grandes amigos de novo, ou pelo menos teremos a oportunidade de tentar.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Mulheres que mexem com minha(s) cabeça(s) 8

[Carolina Ferraz]

sábado, 20 de abril de 2013

Carandiru



Tem estado em voga na mídia nos últimos dias o julgamento dos policiais supostamente responsáveis pelo massacre ocorrido na Casa de Detenção (também conhecido como Carandiru) na tarde de sexta-feira, 2 de outubro de 1992.
Parafraseando uma amiga, “aos que são favoráveis ao extermínio humano ocorrido no Carandiru recomendo a leitura do livro ‘Estação Carandiru’, que (re)trata os detentos como gente e dá a dimensão de que, assim como haviam criminosos perigosos, também havia gente que procurava outro norte na vida”.
Pois bem, eu não li o livro sobre o Carandiru e, como era criança quando houve aquele rolo, lembro vagamente pelo que vi na tv. A princípio até pensava que bandido bom é bandido morto, mas antes de tomarmos as dores de um ou de outro lado é preciso focar na questão social.
A Constituição Federal garante direitos fundamentais individuais e coletivos e os direitos sociais, que o Estado tem OBRIGAÇÃO de fornecer, como habitação, saúde, educação, segurança, trabalho, entre outros, apenas para citar os de necessidades mais imediatas. O Estado não provê nada disso, pelo menos não com a qualidade mínima esperada e é natural que o cidadão se veja entre a cruz e a espada na hora de cometer algum delito. Claro que há os que agem por questões de desespero, por não terem nenhuma perspectiva de futuro digno, e os que agem pela maldade. 
Segundo Rousseau, “o homem nasce bom e a sociedade o transforma”. Eu diria que a sociedade o transforma em seu pior e se o indivíduo tivesse a oportunidade de crescer e se desenvolver até sua plenitude máxima ele não iria para o lado do crime.
Alguém pode pensar que defendo os criminosos por nunca ter sido vítima de nenhum deles. Eu já fui assaltado, sim, mas esse não é o foco do post. Não estou defendendo vagabundo nenhum, mesmo pq os detentos aprontaram alguma para estarem presos, mas também não anseio pela condenação dos policiais pq, acima de tudo, estavam cumprindo ordens, seja do comandante da operação, o finado Coronel Ubiratan Guimarães, seja do Governador, que na ocasião era o Fleury Filho.
Houve excesso na conduta policial? Sim, houve, mas é preciso apurar a responsabilidade de cada um. Era necessário invadir o Carandiru? Talvez fosse, mas volto a dizer, o comandante da operação está subordinado ao Governador e é ele quem dá a última palavra. Como assim, estava viajando e não sabia o que se passava? O Governador não sai de rolê por aí sem avisar pelo menos o vice ou seus assessores. E o Secretário de Segurança Pública, estava onde? Com o perdão da expressão, essa é uma manobra para tirar seus respectivos cus da reta para colocar no do cara que deu a cara a tapa.
No final das contas não podemos nos dar ao luxo de sermos tão céticos a ponto de querermos enjaular os caras que puxaram o gatilho quando eles não o fizeram sozinhos. O Estado, ao mesmo tempo em que tem obrigação de fornecer os direitos garantidos pela Constituição Federal também tem o poder-dever de manter a ordem e o faz pelo uso legitimado da força, mesmo que seja em última instância.
Caminhamos para o caos. De quem é a culpa? De todos nós, que preferimos nos entreter com Carnaval, Cerveja e Copa do Mundo a tomarmos uma atitude para mudar a realidade do nosso país.

domingo, 14 de abril de 2013

Controle Social


Estava no busão outro dia quando vi a seguinte frase rabiscada na parte de trás de um dos bancos: “Foda-se o governo e suas leis”. O cidadão que escreveu isso deve ser um pseudo punk-anarquista que acreditaria ser o mundo um lugar melhor se não houvessem leis ou governo instituído para regê-lo. Não precisamos ir muito longe para encontrar um lugar onde o caos impera: o Haiti, após o furacão que devastou sua infra-estrutura. Mesmo tendo sido por motivo de força maior e não por ação da população, o governo de lá se entubou e, com ele, suas leis, e nem por isso se tornou um lugar melhor.
A vida em sociedade exige instrumentos de controle social (religião, moral, costumes, direito) para garantir a manutenção da mesma e evitar que entre em colapso. O direito é um desses instrumentos por criar regras de conduta ordenada e justa e, pela precisão de suas regras e sanções, é instrumento que controla os comportamentos com grande certeza e segurança e evita, por exemplo, que um cidadão que vandaliza um meio de transporte público seja linchado por outro passageiro inconformado.
Não é um “foda-se o governo e suas leis” que resolverá os problemas pq, apesar de inúmeras falhas, é o governo e suas leis que garantem ao infeliz que escreveu isso ter condições de viver e se desenvolver, por pior que possa parecer, dentro de uma sociedade.
No final das contas é “Foda-se você, seu vândalo! Alienado de merda!” por não ter dado o devido valor à escola e aos professores e agora está aí reclamando do mundo por achar que não teve sorte na vida.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Divagações 11

"Transbordava de amor, mas afogou-se buscando o ar.
 Morreu feliz".

Adaptado de autor desconhecido.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

A Odisséia dos Tomates


As aulas de quinta-feira eram terrivelmente chatas, mas mesmo assim minha irmã, de 10 anos de idade, insistiu muito para me acompanhar. O professor não tardou em começar a divagar sobre gêneros musicais e, tão logo terminou, já nos empurrou um documentário goela abaixo. Não havia passado nem 5min quando ela, morrendo de tédio, pediu que eu lhe contasse uma história.
O príncipe Tomate estava inconsolável na gôndola do sacolão por terem aprisionado a princesa na gaveta-masmorra do castelo geladeira, do outro lado do bairro dos gigantes. Sem saber como chegar até a princesa, o príncipe tomate apostou na sorte grande e saltou dentro da sacola do primeiro humano que passou ao lado dele.
Por ironia do destino, ou não, foi na sacola de nossa mãe onde ele caiu. Tão logo se pôs de pé, sentiu uma forte pancada de alguns tomates caindo sobre si. Ao recobrar a consciência reconheceu aqueles rostos vermelho arredondados: eram seus fiéis amigos e escudeiros, os tomateiros reais.
- O que estão fazendo aqui?, perguntou o príncipe.
- Não poderíamos deixá-lo resgatar sozinho a princesa tomatina – disse o mais gordo deles – afinal, esta terra de gigantes é muito perigosa.
- Não sei o que faria sem vocês, queridos amigos – disse o príncipe, tentando disfarçar o medo lancinante.
Os tomates esconderam-se no fundo da sacola e esperaram pacientemente a chegada em nossa casa para só então pensarem num plano de resgate.
A agonia era grande, mas mesmo assim fingiram-se de mortos enquanto eram todos lavados e posicionados lado a lado sobra a tábua de cortar carne. Alguns instantes depois era a vez da princesa tomatina ser lavada e posicionada ao lado deles.
O gigante-mor estava preparando o almoço da família quando a mãe chegou do sacolão e anunciou alegremente: “Teremos macarrão para o almoço de hoje!”, disse.
- O que faremos, meu príncipe? – perguntou um dos tomates.
Tarde demais! Todos foram colocados em água fervente para serem cozidos e feitos em molho.
- Nossa! Essa história me deu fome – disse minha irmã – vamos sair mais cedo pra comer algo antes de voltarmos para casa?
- Vamos nessa! Também estou com fome!
E fomos embora, felizes da vida, por finalmente deixarmos aquela aula chata para trás e por preenchermos nossos roncantes estômagos.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Casamento


Eu quero me casar. Talvez não no sentido literal da palavra, de papel passado, mas com certeza intento dividir a responsabilidade de administrar um lar com outra pessoa, afinal tudo o que tenho a conquistar na vida não terá o menor valor se não puder ser usufruído e compartilhado ao lado de quem amo. Só não o fiz ainda por não ter encontrado a pessoa certa.
Anos atrás um colega de trabalho perguntou o motivo de ainda não ter me casado, dado um ligeiro adianto de minha idade. Na ocasião ele tinha uns 20 e poucos anos e já estava casado há pelo menos 3, ou seja, deve ter se amarrado com uns 19 ou 20. Tudo bem, não o julgo, afinal casar cedo era meio que imposição da igreja que ele frequentava.
Voltando para o assunto, um amigo perguntou outro dia o que seria a “pessoa certa” e cogitou a possibilidade de ser um bocado difícil encontra-la dada minha pré-disposição para comentários ácidos.
Simples! A pessoa certa é alguém que valha a pena passar o resto dos meus dias ao seu lado, que me honre como marido, me permita o privilégio de ser pai de seus filhos e que me deixe todo arrepiado e de pau duro só de chegar perto. Quem me conhece sabe que gosto de conversar e para alguns assuntos sou um bocado radical, em outros nem tanto. 
Se a moça em questão não conseguir manter uma conversa interessante nem sustentar suas opiniões por menos de 5min não vale a pena continuar a prosa, consequentemente pode virar alvo de algum comentário ácido num piscar de olhos. O que, no final das contas, nem é uma perda significativa, pois, ao meu ver, inteligência é um afrodisíaco poderoso. A cabeça de baixo é escrava da de cima, e não o contrário.