terça-feira, 28 de junho de 2011

Praceiro

Taxista, motorista de aluguel, praceiro, chamem do que quiserem. Os caras, além de se acharem os donos da rua por pararem de qualquer jeito, em qualquer lugar e a qualquer hora e só contribuírem para o caos no trânsito ainda tem a cara lavada de enrolar a clientela. Ok, não vamos generalizar pra não ofender quem não precisa/merece. Digamos que “só” uns 99% sejam assim.
Enquanto morei em Curitiba tive por alguns meses um “rolo” que morava no Mato Grosso do Sul. Devido a alguns fatores externos, digamos assim, ela não podia ficar hospedada em casa e, por isso, ficávamos num hotel na região central quando ela ia me visitar. Fui buscá-la na rodoviária numa dessas visitas e pegamos um táxi para nos levar ao hotel, que era bem próximo dali: na rua XV mesmo, em frente ao Teatro Guaíra. Não lembro o nome do hotel e, mesmo que lembrasse, não o citaria aqui. Hoje ele não existe mais e, como faz um tempão que não passo lá em frente, não tenho a menor idéia do que tenha virado. De repente virou um edifício abandonado onde os sem-teto adoram invadir e a prefeitura ou o dono adoram entrar com ações de reintegração de posse só pra colocar aquele monte de gente na rua. Enfim, o hotel é bem perto da rodoferroviária (nome bonito, não? :P ) e daria para ir a pé numa boa, exceto pelo detalhe da bagagem da moça (ia para passar 4 dias, mas parecia que ficaria um mês).
Pegamos um táxi, expliquei detalhadamente o percurso ao motorista e passei a dar atenção à dita cuja. O trajeto era simples: bastava sair da rodoviária pela Av. Pres. Afonso Camargo, fazer o retorno no Viaduto Capanema, voltar pela Afonso Camargo, entrar à direita na Mariano Torres e depois à esquerda na Rua XV, simples assim. Ele passou reto pela Mariano Torres na maior cara-de-pau e entrou na Conselheiro Laurindo. Por aquela rua também chegaria à Rua XV, mas na quadra seguinte ao hotel. Como a Rua XV é de mão única seria necessário dar a volta na Praça Santos Andrade para poder parar em frente ao hotel e isso acresceria à corrida pelo menos R$10. Imediatamente dirigi a palavra ao sem-vergonha: “O senhor passou reto por onde eu havia indicado. Vire à direita na próxima rua para cair na Mariano Torres e continue o trajeto conforme orientado”. O cara fez uma tromba enorme e seguiu o caminho certo a partir dali. Chegando ao hotel paguei a corrida e ele ainda me deu o troco errado. Fiquei puto da cara e comentei com a moça em alto e bom som para o lazarento ouvir: “Além de me dar troco errado ainda tem a cara-de-pau de fazer outro caminho pq acha que sou turista”. O pilantra teve coragem de sair resmungando.
Curti o fim de semana numa boa e, tão logo a moça foi embora, liguei na central da prefeitura pra reclamar. Não sei se surtiu qualquer efeito, mas no decorrer das duas semanas seguintes eles me ligaram umas cinco vezes pra confirmar a história (provavelmente pra ver se eu caía em contradição nos detalhes).
Quero acreditar que ele tenha levado uma comida de rabo pra aprender a fazer o trabalho dele direito. Enfim, pode ter sido uma exceção (ou não), mas o fato é que se vc não prestar atenção eles te enrolam mesmo.

domingo, 12 de junho de 2011

Devaneios 5

"Nunca digas que esqueceste um amor. Diga apenas que consegue falar nele sem chorar, pois o amor é... inesquecível." - Guimarães Rosa

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Mela Cueca

Este era pra ser um post sobre a saudade que sinto dos meus amigos curitibocas e da RMC. No entanto, o texto ficou de extrema baitolice e por isso o subtraí do produto final. Mas saibam, caros amigos, que vcs fazem muita falta.

sábado, 4 de junho de 2011

Azerutan

Era uma vez um Santos, que não era tão Dumont assim.
Ele estava mais para Assis, o São Francisco.
Mas não era só isso.
Era o Pessoa também, Seu Fernando.

"Pedras no caminho? Guardo todas. Um dia farei um castelo".
Um castelo de caixotes empilhados, de onde impera sozinho]
[no topo, único.
Lá no alto do castelo, seu castelo, Azerutan tem uma vista]
[privilegiada da cidade por
sobre as cabeças dos paulistanos apressados que mal o]
[notam, imponente.

Um trocado no fundo da lata: esse é o som que o faz se mexer]
[e presentear o indivíduo parado à sua frente com informações]
[sobre seu personagem.
"Muito prazer, seu Dumont. Não sabia que vc voava".
"Eu voo, sim, criança. Esse é meu presente para vc: conhecimento".
É assim que ele contribui na disseminação da cultura, um bilhete]
[de cada vez.

Apesar da tranquilidade que sua arte o trás, nem tudo são flores.
O povo, recluso num mundo de visão estreita, não dá o devido valor.
Ele já foi derrubado, humilhado e xingado.

Mal sabem o ser extraordinário que se esconde por baixo das vestes,
professor de desenho, artista plástico, entusiasta,
que sonha em ir a Paris, berço de sua arte.

Oh, Paris. Je t´aime Paris. Cidade Luz, colorida na essência.
"Ser estátua é matar a cor, é matar a vida".
Ao contrário, Azerutan dá vida à estátua.

A mesma vida que a natureza lhe deu.
Azerutan significa natureza, ou seria ao contrário?
Basta apenas dizer Antônio Carlos.

[Foto por Karol Coelho]

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Voyeur