Não tenho como começar este post sem antes mencionar a maneira que costumo me vestir. Já estou na beira dos 30, mas não me considero com essa idade e ainda me visto de maneira parecida de quando tinha uns 20 ou 21 anos, ou seja, basicamente tênis, calça jeans e camiseta (preferencialmente de bandas, mas não é regra). Ah, sim, algo que mudou de forma considerável de minha adolescência pra cá é que me recuso a usar tênis rasgados fora de casa.
Apesar de falar bastante desse lugar (Shoppings em geral, não necessariamente o mesmo) não tenho o costume de frequenta-los tanto assim e quem me conhece sabe o real motivo desse “comparecimento”, digamos assim.
Estava saindo do Shopping outro dia e me deparei com um casal bem apessoado (mas nem tanto). A moça era linda, unhas feitas, cabelos arrumados e super bem vestida, daí olhei para o piá para ter uma noção do tipo que a guria curte. Ele tinha uma cara de nerd incorrigível, cabelos curtos desarrumados, espinhas no rosto, óculos fundo de garrafa, dentes tortos e usava uma camisa pólo horrível com faixas horizontais, de uns 3 ou 4 cm de espessura, alternando as cores branca e azul céu (azul bebê ou azul calcinha, se preferirem) calça bege de sarja e um mocassin surrado. Estilo? Ou seria ausência total dele?
Na hora eu pensei: das duas, uma. Ou o piá é podre de rico e a guria é uma interesseira ou ela realmente curte esse visual estranho. A partir de então comecei a refletir acerca dos meus trajes. Será que precisarei deixar meu estilo rock´n´roll despojado de lado e me fantasiar feito playboy (sim, eles andam todos iguais) pra arrumar uma namorada daquele naipe?
De repente a tal guria perdeu totalmente a graça. Se precisar mudar meu ser para chamar a atenção de alguém, esse “alguém” perdeu sua significância neste mundo, no meu mundo, por deixar-se levar por algo tão fútil quanto a moda.