Há uma professora que,
desde o primeiro dia de aula, chama a nós, meros “orelhas secas”, de doutores.
A maioria recém saída das fraldas do ensino médio. E não apenas ela, outros
professores nos chamam assim também. Incomodado, resolvi questionar a razão de
um mero bacharel ser chamado dessa forma e descobri que esse costume vem desde
a época do Império, onde apenas médico, advogado e engenheiro eram considerados
profissões e, por esta razão, são chamados de doutores. Costume tosco, diga-se
de passagem.
Para ser chamado de
Doutor é preciso ter um diploma de Graduação, passar por pelo menos um Mestrado
e só então passar por um Doutoramento. Aí sim o fulano poderá ser chamado de
Doutor. Dá até uma alegria aos meus ouvidos ser chamado de doutor, mas eu não o
fiz por merecer, pelo menos ainda não.
Médicos adoram endeusar a profissão como se fosse melhor do que as
outras, mas vamos parar por aí. Ninguém pode se atribuir um título que não
tem, por isso médicos, profissionais da
saúde ou de qualquer outra área só poderão ser chamados de Doutores após defesa
de tese em programa
de Doutoramento reconhecido pela CAPES ou por órgão internacional semelhante.
O
engraçado é que estava latejando a ideia deste post em minha cabeça quando, do
nada, um outro professor publicou o trecho abaixo em seu perfil no Facebook e concordo
plenamente com ele.
Sem polêmicas, peço que
não me chamem de Doutor. Sou, de fato e por direito, advogado, mas não sou
doutor. Doutor é quem defende perante uma banca de notórios uma tese e obtém o
título. E isto, no meu caso, só ocorrerá depois de 2014. Advogados que não
defenderam Doutorado não são Doutores. Não sou Doutor, portanto; sou apenas Advogado.