Uma garotinha de seus 10 ou 11 anos de idade adentrou ao ônibus acompanhada por sua mãe e um homem. Acho que era amigo da mãe pelo tom da conversa. Talvez um pouco mais do que amigo, mas o que isso importa?
A menina acorda cedo para ir
à escola e tem uma vida agitada, conforme sua mãe faz questão de deixar claro. Seu
esgotamento físico é prova da verdade, afinal ela pescava de sono e às vezes
até cochilava por alguns segundos.
“Acorde, Sabrina!”, diz a mãe
antes de retornar às frivolidades do papo com o homem. Ela tem lição de casa
para fazer e só poderá dormir depois dos afazeres.
“Não durma, Sabrina!” ou “Você
vai acabar caindo, Sabrina!” toda vez que ela dava uma pescada.
Chegando ao ponto final a mãe
a chama e saem.
E lá vai a pobre Sabrina,
cambaleando de sono, sem ter podido sequer cochilar um pouco enquanto mergulhada
no incrível tédio de estarmos todos presos no caótico trânsito de São Paulo.