sábado, 23 de fevereiro de 2013

Sabrina


Uma garotinha de seus 10 ou 11 anos de idade adentrou ao ônibus acompanhada por sua mãe e um homem. Acho que era amigo da mãe pelo tom da conversa. Talvez um pouco mais do que amigo, mas o que isso importa?

A menina acorda cedo para ir à escola e tem uma vida agitada, conforme sua mãe faz questão de deixar claro. Seu esgotamento físico é prova da verdade, afinal ela pescava de sono e às vezes até cochilava por alguns segundos.

“Acorde, Sabrina!”, diz a mãe antes de retornar às frivolidades do papo com o homem. Ela tem lição de casa para fazer e só poderá dormir depois dos afazeres. 
“Não durma, Sabrina!” ou “Você vai acabar caindo, Sabrina!” toda vez que ela dava uma pescada.

Chegando ao ponto final a mãe a chama e saem.

E lá vai a pobre Sabrina, cambaleando de sono, sem ter podido sequer cochilar um pouco enquanto mergulhada no incrível tédio de estarmos todos presos no caótico trânsito de São Paulo.