segunda-feira, 26 de julho de 2010

Tapinha

“Se vc não se comportar nós vamos voltar pra casa agora. Entendeu?” foi o que uma mãe disse para sua filha, de uns 4 anos de idade, no corredor de um Shopping nessa semana. A criança, arteira, retrucou para a mãe: “Não! Eu quero agora!”. Depois disso não vi nem ouvi mais nada pq estava de passagem e tomei meu rumo.
Esse é um caso em que um tapa bem dado na bunda é mais do que justificado. Não digo um tapa pra doer e/ou deixar marca, mas sim um que faça barulho, assuste um pouco e que fique a lembrança de ter feito coisa errada para não mais repeti-la.
Meu avô é militar aposentado e meio que levou a disciplina do quartel pra dentro de casa quando o assunto era a educação dos filhos. Meu pai conta que apanhava todos os dias. Se não era pela manhã, então era à tarde. De certa forma é até justificável pq, baseado no que ele e meu tio contam, ambos eram uns sarnas e aprontavam tudo e mais um pouco. Apesar da rigidez, meu avô nunca espancou os filhos. Era uma cintada na bunda pra aprender que qdo o pai ou a mãe fala, eles tinham que abaixar a cabeça e obedecer.
Esse mesmo tio tratou das filhas, todas mulheres, com a mesma rédea curta que meu avô, embora não fizesse uso da cinta. Meu pai foi um pouco mais liberal nesse quesito, mas mesmo assim não me livrei de levar umas boas chineladas ou palmadas na bunda quando aprontava.
Da mesma forma que o trabalho enobrece o homem, a rédea curta dos pais molda o caráter dos filhos. Meu pai e meu tio são ótimos exemplos de justiça e caráter. Não posso dizer o mesmo de mim pq sou suspeito pra falar. Quem me conhece talvez diga isso de mim, não sei, mas sem dúvida que sou o que sou hoje pela forma com que meus pais me criaram.
Já contei como é o lado paterno da família. Agora vou falar como é o lado materno.
Meu outro tio, irmão da minha mãe, educa os filhos pré-adolescentes, todos meninos, com a mesma rédea curta que meu avô paterno. Inclusive, meu avô materno educou os filhos da mesma maneira. Já a minha tia, irmã da minha mãe, sempre fez vista grossa ao que o filho aprontava. Hoje ele é um “bon vivant”, digamos assim, que não trabalha, não estuda e responde pra mãe dele. Reflexo direto da criação, uma vez que o pai dele tbm era/é um bundão ausente. Não falo isso pra desmoralizar meu primo, muito pelo contrário. Quero o melhor pra ele. Se estiver lendo este post, coisa que eu duvido, espero que vá estudar, mande aqueles amigos maconheiros e desocupados pra puta que os pariu e que dê um jeito na vida.
Mencionados todos estes detalhes, vamos ao que interessa: essa lei de não poder dar um tapinha na bunda dos filhos é ridícula, uma invasão de privacidade. Criança tem que ser criada/tratada com muito amor e carinho e não pode faltar o diálogo com os pais, mas também é imperativo que façam uso da rédea curta para educa-las. Não para punir, mas sim para que cresçam com senso de respeito, responsabilidade, disciplina e, principalmente, honra.
A função do Estado não é palpitar na criação do filho alheio, mas sim a de cuidar do bem-estar coletivo e do cumprimento das leis cabíveis. A partir do momento em que se ausentou da responsabilidade de prover educação, saúde e segurança de qualidade, automaticamente deixou de ter moral para cobrar qualquer coisa do cidadão. Agora me vem com essa de que não pode dar umas palmadas em criança malcriada? O que não pode é este Estado ausente e corrupto vir palpitar na maneira como crio meus filhos. Quero dizer, como não tenho filhos, ele palpita na maneira como os criaria, mas enfim. Cada indivíduo é soberano dentro do seu lar e educa seus filhos da maneira que julgar correta.
Lembrei agora de uma fala do filme “Tropa de Elite”, onde o Capitão Nascimento, estressado, discute com a esposa pq ela está palpitando acerca do que ele deve fazer no batalhão. O mesmo pode ser atribuído num diálogo eventual entre o cidadão comum e o Estado quando o assunto em questão é a criação dos filhos: “Vc não vai abrir a boca pra dar palpite aqui dentro. Quem manda nessa porra aqui sou eu!”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário